sexta-feira, 26 de maio de 2017

Reflexões profundas (ou não) #32 - Idas à praia com a escola ou ideias disparatadas sobre o assunto

Chegada a hora da primeira ida à praia com a escola, eu decido que ele não vai. Já inventei 1001 desculpas, mas a verdade é que não quero que ele vá, não me sinto confiante em deixá-lo ir, por agora. Este ano. Com 3 anos. Esta é a mais pura das verdades, não a sei pôr por outras palavras.

Mas tenho uma lista de desculpas que vou dando a mim mesma e aos mais intrometidos:
- ele mudou de escola há pouco tempo, ainda está a conhecer e a interiorizar as rotinas do grupo; a educadora ainda está a conhecê-lo, a conhecer-lhe o feitio, a entender como funciona - não sei se já terá tido oportunidade de ler o extenso manual de instruções, redigido manualmente pela minha pessoa, entregue no primeiro dia de Jardim de Infância... Estou a brincar, eu não fiz isto, mas... passou-me pela cabeça fazer um postal com frases e imagens de como o vejo, com descrição das características que considero mais "interessantes" no miúdo. Pronto, já disse.
- achar que é um disparate andar mais de meia hora de autocarro para lá e mais de meia hora para cá, para tão pouco tempo útil de praia. Então e meterem uns alguidares no belo espaço exterior que a escola tem? Sei que, para além das idas à praia, fizeram isto o ano passado... Raios, tenho de fundamentar esta desculpa um pouco melhor. 
- não achar piadinha nenhuma ir ao banho apenas uma vez, quem sabe duas. Que graça é que isso tem?
- e o valor extra que tenho de pagar!? A mensalidade já é o que é... Mas equaciono pagar à Ama para evitar que ele veja os amigos saírem de autocarro (coitadinho, fica na escola. A culpa é da tua mãe - grita o pai). Sim, podem apedrejar-me. Mas é apenas uma crise de incoerência. Vão dizer que nunca tiveram uma!?
- e o mau tempo que pode atingir Portugal Continental em Junho, tempestades, tornados, furacões. Nunca se sabe.
- e se todos os miúdos se lembrarem de fazer cocó ao mesmo tempo? Lá se vai a única ida ao banho... Não me venham dizer que a areia é um bom sítio para o fazer, porque, à conta dessa triste ideia, o miúdo um dia destes apareceu com um dejeto na mão a questionar o que era aquilo: não era uma pedra, mas parecia uma pedra... A verdade é que não parecia cocó, mas era cocó.

A educadora fez uma circular com várias recomendações, com alertas, dando ênfase de que era a primeira ida à praia daquela sala, algo que me deixou ainda mais confiante com a minha decisão... Mas eis que surge uma chamada de atenção para os familiares que se encontrem na praia: abordem o grupo quando este já estiver instalado, de maneira a não desestabilizá-lo. O que ela quis dizer foi: não se ponham à espera do autocarro, tal adolescentes loucas à entrada de um concerto, a dar beijinhos e abraços às crias; nós temos de controlar o grupo de crianças, não o dos pais. Porra, afinal eu também podia ir. Bem que eu disse ao pai do miúdo, "em tom de brincadeira", que me ia oferecer como voluntária. Afinal podia mesmo ter ido à praia com a escola do miúdo. Para o ano, já sei, guardo uma semana de férias e inscrevo-me também. Porque é que não me disseram isto antes?

Quem é que inventou que as escolas têm de levar os miúdos à praia? Deve ser o mesmo que inventou que uma criança quando faz anos tem de dar lembranças aos convidados... Acabem com isto. Já.
Sim, eu fiz colónia de férias que me fartei, mas a partir dos 6 anos de idade. Estamos conversados? Ainda bem. Falamos daqui a três anos.

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