terça-feira, 4 de outubro de 2016

À conversa com o meu filho #10 - Dúvidas existenciais, aprendizagem e conflitos interiores

Dúvidas existenciais
Dia 27 de Setembro comemoramos, em família, o terceiro aniversário do Índio Pirata. Uma ida à praia, um almoço à beira mar, um bolo feito pela madrinha, cantigas, palmas e um presente. 
No dia seguinte, a conversa entre os dois foi a seguinte:
O pai: a avó vai deixar um bolo na escola, à hora do lanche, para cantares os parabéns com os teus amigos.
O filho: Oh pai, mas... Eu, agora, faço anos todas as semanas!?

Aprendizagem: Faz o que eu digo não faças o que eu faço... Pois, está bem.
Ultimamente pede para levar um brinquedo para a mesa. Pode levá-lo, mas não é para brincar. A mesa, à hora das refeições, é para as refeições, até porque ele distrai-se com a brincadeira e não come. Assim que termina a refeição, mesmo que fiquemos à mesa, pode brincar à vontade. É claro que, às vezes, a mão foge-lhe para o brinquedo e para a brincadeira. Digo-lhe que não é o momento, digo-lhe que se preferir tiro o brinquedo de cima da mesa. Ela aceita mantê-lo ali sem lhe tocar.
No fim de semana passado estávamos a almoçar e a conversar e pelo meio o pai toca no brinquedo.
- Paaaiii, já almoçaste!? - perguntou-lhe.

Conflitos interiores...
Por vezes, ainda bem que não são assim tantas, ele tem dificuldade em utilizar a expressão mágica quando quer pedir alguma coisa: se faz favor. Na verdade, o que ele tem é dificuldade em ceder.
No outro dia precisava de ajuda para abrir a caixa da harmónica (até eu tenho dificuldade em abrir a dita caixa; quase que podia servir de mealheiro, assim não corria o risco de andar sempre a tirar moedas do mealheiro quando preciso de trocos) e pediu ao pai para a abrir, mas sem proferir a expressão mágica. O pai disse-lhe que faltava ali qualquer coisa e ele amuou... e teimou. Veio ter comigo e repetiu o pedido. Eu disse-lhe que talvez faltasse ali o "se faz favor". Ele respondeu que não conseguia dizê-lo. Perguntei-lhe se precisava de ajuda, ele disse que não. Insisti um pouco com um tom de voz muito calmo, ele não cedeu. Eu também não. Atirou a caixa para o chão, porque sabia que daquela forma ela abriria (tinha acontecido umas horas antes sem querer). Olhei-o de soslaio e vi o seu ar triunfante. Tive vontade de apanhar a caixa e fechá-la. Mas ignorei a situação, fingi que nem me apercebi do acontecimento. Depois, eu e o pai, rimo-nos às escondidas.

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