quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Grandes livros para pequenos leitores #8 - O sonho de Mateus

O primeiro livro que ofereci ao meu filho, habitava ele na minha barriga, chama-se "O sonho de Mateus". Comprei-o, principalmente, pela mensagem que transmite. Para além de Arte, fala da importância que a perseverança tem no alcance dos sonhos.
Nesta história, os pais de Mateus desejam que ele seja médico, por considerarem que este é um caminho mais seguro, por acharem que este caminho lhe dará melhores condições de vida. No entanto, Mateus encanta-se pelo mundo da Arte e é a Arte que escolhe para si, para a sua vida e para o seu futuro. Mateus encanta-se pela Arte em criança, durante uma visita a um museu, e é na Arte que se profissionaliza.
A mim, este livro transmite-me que o caminho do meu filho não será definido pela minha opinião/pelo meu desejo, tal como já tinha referido aqui. Julgo que o meu papel será orientá-lo, apoiá-lo e incentivá-lo a não desistir dos sonhos, mas não posso nem devo sonhar por ele. Sonhar é bom e eu não posso privá-lo disso. 


É um livro da Editora Kalandraka. Ilustração de Leo Lionni e tradução de Ana M. Sánchez.

Em contexto escolar, através da leitura deste livro consegue-se, com relativa facilidade, pôr as crianças a falar de sonhos, de profissões que gostariam de ter, de viagens que gostariam de fazer, de pessoas que gostariam de conhecer e/ou rever, etc. Numa atividade que tenha por objetivo aproximar os pais da escola, seria interessante convidar os pais a falar de sonhos: dos que realizaram; dos que desistiram (sonhos de criança, por exemplo); dos que ainda desejam realizar. Seria  igualmente importante pôr os pais a ouvir as opiniões das crianças acerca dos seus próprios sonhos... Talvez numa conversa informal, num final de tarde animada e descontraída, depois da leitura deste livro. Podiam, inclusive, ser os próprios pais a ler a história em conjunto. 
Para alguns pais, pode não ser fácil falar de sonhos, porque sentem frustrações a vários níveis, porque estão a passar por uma fase menos boa ou por outro motivo qualquer. Será importante, como em tudo o que envolve a participação dos pais, ter alguma sensibilidade e encontrar estratégias de integração. 

Filho, não sei que sonhos albergarás no teu coração. Não sei que sonhos realizarás nem sei que sonhos se transformarão em desilusão para ti. Não sei quais serão os que abandonarás por concluíres que, afinal, não eram bem sonhos. A única coisa que sei é que quero ensinar-te a não desistires dos verdadeiros sonhos, daqueles que persistirem no teu coração e na tua vontade, dos que te fizerem, realmente, feliz. Desses, filho, não desistas!

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