quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Reflexões profundas (ou não) #16 - A traição e as dores de acordo com o género

Irritam-me as pessoas em geral, e os homens em particular (em particular porque foi um homem que fez um comentário a este respeito mais do que uma vez), que dizem "ai coitadinho que foi traído, ela era isto, ela era aquilo". Dizem isto com um ar de sofrimento e com uma solidariedade que deviam utilizar para abraçar boas causas. Quando é o contrário, quando são elas a ser traídas, não passa de uma constatação, não há compaixão, não há lamentações profundas e não há acusações infundadas. 
Ele é coitadinho, porque foi traído; e ela, que traiu, é uma grande ca(?)ra. Ela, quando é traída, tem um feitio muito especial, também tem culpa; a culpa, afinal, é sempre dos dois. Parem de me aborrecer, pode ser? Sim, sim, estamos em época de festividades, mas há coisas que me aborrecem o ano inteiro. 
O que é que vocês, pessoas a quem esta "reflexão" pode ser dirigida, acham? E que tal pararem de avaliar e catalogar dores e sofrimentos de acordo com o género e começarem a falar apenas de traição (se isso for tema que vos interesse, claro). Da dor que a traição pode causar. É isto que vos atormenta, certo? O problema é que vocês não sabem expressar muito bem os vossos sentimentos, não é?

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